A concentração dos principais gases causadores do efeito estufa na atmosfera alcançou o nível mais altos desde os tempos pré-industriais, na último dia 24, segundo a OMM (Organização Meteorológica Mundial).
O aumento nesses gases eleva a radiação na atmosfera, aquecendo a superfície da Terra e provocando mudanças climáticas.
As concentrações dos gases-estufa continuaram a aumentar em 2009 --o último ano para o qual há observações registradas-- a despeito da recessão econômica, disse a agência meteorológica da ONU em seu mais recente Boletim Gás-Estufa. A forçante radiativa, ou seja, a razão entre a radiação que chega da atmosfera e a radiação que sai para ela, aumentou 1% em 2009 e em 27,5% entre 1990 e 2009, disse a OMM.
Os índices de aumento do dióxido de carbono e do óxido nitroso foram mais baixos que em 2008, mas o fato exerceu impacto mínimo sobre as concentrações de longa duração. Se as emissões de gases-estufa parassem por completo, ainda assim o dióxido de carbono já presente na atmosfera levaria cerca de cem anos para sair dela.
O dióxido de carbono é isoladamente o mais importante gás estufa causado pela atividade humana, contribuindo para 63,5 da forçante radiativa total. Sua concentração aumentou 38% desde 1750, principalmente devido às emissões provocadas pela queima de combustíveis fósseis, o desmatamento e mudanças no uso da terra, disse a OMM.
As emissões naturais de metano --devidas, por exemplo, ao derretimento da calota de gelo ártica e ao aumento da precipitação pluviométrica em regiões úmidas, elas próprias causadas pelo aquecimento global-- estão ganhando importância, disse a organização. Esse fato pode gerar um "círculo de feedback" no qual o aquecimento global libera na atmosfera grandes quantidades de metano que, então, contribuem para um aquecimento global ainda maior.
Atividades humanas como a criação de gado, o plantio de arroz, a exploração de combustíveis fósseis e aterros sanitários são responsáveis por 60% das emissões de metano, e fontes naturais respondem pelo restante.
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